Livro: Meditações de Marco Aurélio

Meditações foi escrito em grego Grego Koiné, intitulado Τὰ εἰς ἑαυτόν, literalmente “coisas para eu próprio”, é uma série de 12 livros em que Marco Aurélio registra suas notas pessoais sobre o estoicismo como fonte de sua própria orientação e auto-aperfeiçoamento. Marco Aurélio enfrentava desafios, conspirações e obstáculos durante o dia, e à noite ele se colocava em profunda reflexão e escrevia suas notas pessoais antes de dormir.

É improvável que o imperador tenha pretendido que os escritos fossem publicados e a obra não tem título oficial, “Meditações” é um dos vários títulos comumente atribuídos à coleção. Esses escritos assumem a forma de citações de tamanho variável, de uma frase a parágrafos longos.

O estilo de escrita que permeia o texto é simplificado, direto e refletindo a perspectiva estoica de Marco no próprio texto. Marco, no texto, não se enxerga como pertencente à realeza, mas como um homem entre outros homens, o que permite ao leitor relacionar-se com sua sabedoria.

Um tema central das meditações é a importância de analisar o julgamento de si mesmo e dos outros em uma perspectiva cósmica. A aceitação da morte e o debate sobre a existência ou não de Deus permeia todo o livro.

Suas ideias estoicas envolvem evitar a indulgência sensorial, uma habilidade que segundo ele libertará o homem das dores e prazeres do mundo material. Ele afirma que a única maneira que um homem pode ser prejudicado por outros é permitir que sua reação o domine, tudo é opinião. Racionalidade e lucidez permitem que se viva em harmonia com o universo. Marco Aurélio frequentemente expressa uma atitude do que hoje poderíamos chamar de agnóstica, implicando ou mesmo afirmando diretamente que não importa se alguém acredita na providência divina (para os estoicos Deus é a própria natureza) ou em apenas átomos e caos (visão epicureana, ateísta).

As ideias e princípios recorrentes expressadas por por Marco Aurélio são aquelas que ele acreditava importante para si mesmo como homem e como imperador. É provavelmente o clássico estoico mais lido de todos.

As lições, percepções e perspectivas contidas neste notável trabalho são tão relevantes hoje quanto eram há dois milênios atrás.

Trechos:

“a morte, e a vida, a honra e a desonra, a dor e o prazer, todas essas coisas acontecem igualmente aos homens bons e maus, sendo coisas que não nos tornam nem melhores nem piores. Portanto, não são nem boas nem más.” (II,11)

“Retire a sua opinião, e então é tirada a reclamação: ‘Fui prejudicado’. Tira a queixa: ‘Fui ferido’, e o dano é tirado.” (IV,7)

“Não faça como se você fosse viver dez mil anos. A morte paira sobre você. Enquanto vive, enquanto está em seu poder, seja bom.” (IV,17)

“Tudo é efêmero, tanto quem se lembra como o que é lembrado”. (IV,35)

“É uma coisa ridícula para um homem não fugir da sua própria maldade, que é realmente possível, mas tentar fugir da maldade de outros homens, que é impossível.” (VII, 71)

“Se um homem está equivocado, instrua-o gentilmente e mostre-lhe seu erro. Mas se não for capaz, culpe-se a si mesmo, ou não culpe nem a si mesmo.” (X,4)

“Não fale mais sobre como o homem bom deve ser, mas seja um bom homem”(X,16)

“Se não é certo, não o faça: se não é verdade, não o diga”(XII,17)

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