Joaquim Nabuco, Epicteto e a Abolição da Escravatura

Passado 13 de maio, é interessante relembrar o movimento abolicionista. Hoje li um artigo que discorre sobre como Joaquim Nabuco uso o exemplo de Epicteto, um escravo liberto, em sua luta contra a escravidão no Brasil.

Trata-se do artigo Joaquim Nabuco, Epicteto e a Abolição da Escravatura por Aldo Dinucci, publicado pela revista Fêlix da Universidade Federal de Uberlândia. É uma análise do texto de Nabuco, intitulado Escravos! Versos Franceses a Epicteto.

Nele é explicado como Joaquim Nabuco juntou literariamente suas forças a Epicteto, fazendo uma comparação entre a escravidão dos tempos antigos e a moderna e demonstrando que a instituição da escravidão corrompe as demais instituições sociais e ameaça a sociedade como um todo, tornando-a iníqua.

Alguns trechos:

Nabuco evidentemente não defende a escravidão na Antigüidade, mas percebe-a como sendo menos brutal que aquela de seu tempo, na medida em que a diade senhor-escravo de então era uma relação acidental. Senhor e escravo eram papéis que se davam pelas circunstâncias do mundo e não por uma falha ou uma debilidade intrínseca.Assim, grandes homens foram escravos por algum tempo: Platão, Fédon de Élis, Diógenes de Sínope, por exemplo. Outros chegam como escravos em Roma e logo adquirem liberdade e reconhecimento, tais como Plutarco e Epicteto.”

” A escravidão dos tempos de Nabuco, porém, tem uma característica terrível: o escravo é declarado escravo por nascença, por natureza, por origem. A pele negra e a origem africana eram a marca do escravo.”

” Epicteto é paradigma desta verdade que diz que os homens todos são potencialmente humanos, não importando a origem ou o que for, e que essa humanidade é derivada do conhecimento que se tem sobre si mesmo e sobre a sua condição.”

Epicteto eventualmente tornou-se aprendiz do melhor professor de estoicismo do império, Musônio Rufo, e, depois de dez anos ou mais de estudo, alcançou, por seus próprios méritos, o status de filósofo. Com isso lhe adveio a verdadeira liberdade em Roma, e a preciosidade deste acontecimento foi devidamente celebrada pelo ex-escravo.

Artigo completo em: http://www.revistafenix.pro.br/PDF17/ARTIGO_01_ALDO_LOPES_DINUCCI_FENIX_OUT_NOV_DEZ_2008.pdf