Pensamento do Dia #18: Sobre o medo natural da morte

Em comemoração aos 300 seguidores que a Página O Estoico atingiu hoje no Facebook o Pensamento do Dia é baseado na Carta 82 na qual Sêneca cita os 300 de Esparta.

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Eu classifico como “indiferente” – ou seja, nem o bem nem o mal – a doença, a dor, a pobreza, o exílio e a morte. Nenhuma dessas coisas é intrinsecamente gloriosa. Pois não é a pobreza que louvamos, é o homem a quem a pobreza não pode humilhar ou dobrar. Nem é o exílio que louvamos, é o homem que se retira para o exílio no espírito em que teria enviado outro para o exílio. Não é a dor que louvamos, é o homem a quem a dor não coagiu. Ninguém elogia a morte, mas o homem cuja alma a morte tira antes que possa amaldiçoa-la. (…)

Eu aponto os espartanos em guarda no próprio desfiladeiro das Termópilas![1] Eles não têm esperança de vitória, nenhuma esperança de retornar. Mas pegue Leônidas: quão bravamente ele discursou aos seus homens! Ele disse: “Companheiros, vamos ao nosso café da manhã, sabendo que vamos jantar no Hades[2]!”

Não são os 300, é toda a humanidade que deve ser aliviada do medo da morte. Mas como você pode provar a todos aqueles homens que a morte não é nenhum mal?

(Sêneca, Carta82. Sobre o medo natural da morte – Imagem Leonidas nas Termópilas por Jacques-Louis David. ) Carta completa no Volume II.

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[1] Hades na mitologia grega, é o deus do mundo inferior e dos mortos. Seu nome era usado frequentemente para designar tanto o deus quanto o reino que governa, nos subterrâneos da Terra.

[2] A Batalha das Termópilas foi travada no contexto da Segunda Guerra Médica entre uma aliança de cidades gregas lideradas pelo rei de Esparta Leônidas I e o Império Aquemênida de Xerxes I. A batalha durou três dias e se desenrolou no desfiladeiro das Termópilas em agosto ou setembro de 480a.C.

 

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